terça-feira, 9 de maio de 2017

THE PUNK REMAINS THE SAME FEST: Recife viveu um momento histórico

O the punk remains the same já nasceu histórico. um festival que reuniu um cast de grandes nomes do punk/hardcore como G.B.H.(UK), Ratos de Porão, e Total chaos (U.S.). Seguindo a linha dessa escalação sonora para o fim do mundo, temos o  Karne Krua, Rotten Flies, Facada, Juventude Maldita, Cachorro da doença e subversivos . Graças ao apoio da Paganus Prod. e a Cronos o Reunion Underground foi autorizado a cobrir esse grandioso evento na capital pernambucana. Vale salientar que a organização do festival está de parabéns por esse projeto audacioso e que espero brevemente uma continuidade. Pernambuco já é consolidado nos eventos de  Metal e o the punk remains the same veio para também mostrar que o Punk Rock e o Hardcore também devem ser tratados com a magnitude que esses estilos representam para a história do som pesado.

Infelizmente não foi possível chegar ao clube náutico Capibaribe a tempo de ver as bandas cachorro da doença e subversivos, portanto o artigo irá focar as outras atrações. Cheguei na hora da banda paraibana Rotten Flies, já veterana na cena deram uma geral em seu repertório com músicas das antigas demos e do CD mais recente. Logo após vem a lendária banda de Aracaju – Sergipe, o Karne Krua capitaneados por Silvio, eles fizeram um show extremamente pesado com uma grande performance de palco. Na sequência a banda de são Paulo Juventude Maldita mostraram um som punk rock cheio de energia e garra. Eles já estão batalhando um certo tempo na cena e na minha opinião fiquei surpreendido com a banda ao vivo. Sonoramente eles me remetiam ao Garotos podres e ao Fogo Cruzado e essa influência foi confirmada com o cover de delinquentes do Fogo Cruzado e Grândola vila morena do 365, foi um grande show.

Os americanos do Total Chaos fizeram show impecável com muita fúria. Grande presença de palco e os integrantes interagiram muito com o público, principalmente fora do palco. Logo após essa devastação sonora atômica chegaria a vez de um dos maiores nomes da história do punk: G.B.H. Colin, Jock e Ross Comandaram a linha de frente que marchava a sua fúria através dos clássicos give me fire, lycanthropy, no survivors, the old school of self destruction, big women com a participação de João Gordo do Ratos de Porão, sick boy, city baby... sinceramente, eu achava que iria morrer trucidado em meio a tantos disparos musicais!

Os Cearenses do Facada trouxeram mais ódio e brutalidade para o público recifense insano e sedento por som pesado. Já me faltava forças físicas para aguentar aquela chacina do apocalipse. O Facada na minha opinião é uma das maiores bandas desse país. Depois de um tempo para a público recuperar as energias e verificar os sinais vitais, sobem ao palco a maior lenda da américa latina e com certeza, um dos pilares do punk/metal mundial: RATOS DE PORÃO. Começou um novo ataque radioativo supersônico, a roda de pogo mais parecia uma serra elétrica desgovernada levando destruição e caos a cada música. O  set list  Foi baseado nos discos Cada dia mais sujo e agressivo que esse ano comemora 30 anos desse artefato imortal do cenário brasileiro e do álbum R.D.P. vivo que na minha humilde opinião é um dos melhores álbuns ao vivo da história. Tatoo maniac, ignorância, crise geral, peste sexual, sentir ódio e nada mais, beber até morrer, crucificados pelo sistema, expresso da escravidão, morrer... um verdadeiro desfile de munições dissonantes que exterminariam a besta do armagedom. Impressionante foi eu sair vivo desse evento que entrou para a história do underground nordestino. Longa vida a todos os guerreiros da Cronos e da Paganus pelo suporte. “o movimento punk nunca há de morrer”.