segunda-feira, 28 de maio de 2018

UBALÁ METAL FEST 2018: Celebração ao Metal made in Garanhuns



 

O UBALÁ Pub realizou no dia de maio a primeira edição do ubalá metal fest na cidade de Garanhuns em Pernambuco e contou com as bandas locais URUKHAI, LEGION OF SUFFERING e a LEGIST. Além da expectativa em relação as bandas, o preço simbólico do ingresso e a boa localização do local do evento atraíram os bangers para celebrarem uma noite de muito Death metal na cidade das flores.
Apesar de subestimada por muitos headbangers da capital, Garanhuns sempre foi uma cidade extrema em relação ao metal. Não é à toa que aqui foi celeiro para bandas de hardcore/grind, doom metal, black metal e mais notadamente de death metal. A banda que abriu oubalá metal fest foi a LEGIST formada em 2013, onde depois de algumas mudanças no line up, muitos ensaios e a gravação do seu debut que sairá em breve, fizeram sua estreia nesse evento e como foi o primeiro show da banda, a expectativa estava grande entre os headbangers: a banda não decepcionou!

Legist

Legist


A banda LEGIST representa a geração intermediária entre os decanos do Metal Extremo garanhuense e a nova geração do mesmo movimento. Banda formada em 2013 pelos amigos o baterista Márcio Vetis (Carbonized,Ex-Malkuth) e o Guitarrista Cleyton J Ferreira (Ex-Preludium, Ex-Carbonized, etc) que decidiram formar uma banda de Death Metal após uma jam session na casa do primeiro e para compor a equipe uniu-se a eles o Vocalista Felipe “Chapa” Leite (Ex-Megatherium, Ex-Filosof Chaos) e o Baixista Jamisson Araújo (Filosof Chaos). Depois de quase um ano ensaiando decidiram gravar a primeira DEMO, material que ainda não foi lançado porque a banda teve problemas com o artista que fez a arte da capa e por motivos internos resolveram dissolver o projeto sem perspectivas de retorno aos shows undergrounds.
Em 2017, três anos após a separação, Cleyton decidiu retomar as atividades e para isso recrutou o amigo de infância Salatiel Savorum (Occultus Funerus, Morbdus, Trust, Legion of Suffering) para as baquetas e o baixista/Vocalista Gerson Fernandes (Ex-Reality Blood, Legion of Suffering) e depois de alguns meses de ensaio e um repertório quase 100% autoral a banda resolveu subir aos palcos e apresentar seu Death Metal monolítico, veloz e cheio daquelas passagens cavalgadas que são um convite à “bateção” de cabeça. A música tem elementos do gênero Death Metal que ouvimos nas bandas da primeira metade dos anos 90, não segue a linha brutal puramente dita, mas soam com a intensidade, o peso e a rispidez de uma grande banda do estilo. Aviso aos navegantes: É um Metal voltado para o público “camisa preta radical”, comuns nas décadas supracitadas mas possivelmente irá agradar quem busca numa música os elementos aqui mencionados.


Legist

Legist

Legist

Na sequência subiu ao palco o Legion of Suffering, a banda veterana da noite. Death metal competente e com gratos covers que brindaram uma homenagem aos thrashers que estavam na apresentação: roots/slave new world do Sepultura e uma ode ao Black Metal da banda Abominatus, com o clássico kill the christians. Uma apresentação memorável.

Legion of Suffering

Legion of Suffering

Legion of Sufferig


Logo depois sobe ao palco a Urukhai, banda que tem como forte influência no seu som o groove/new metal. Ótima performance da banda que destilaram sons próprios como Hiroshima, the night of the great fear, lord of shadowns e tocaram também covers do Obituary, Sepultura, system of a down, slipknot e Korn. vale registrar tambem a participação especial de Alice vocalista da banda Vicerall. Uma celebração banger em Garanhuns, cidade que em seu frio forja bandas promissoras de metal.


Urukhai

Urukhai

Urukhai

Urukhai

Urukhai

Urukhai com Alice da banda Vicerall

Urukhai

Urukhai




quarta-feira, 9 de maio de 2018

FLESHPYRE: entrevista com o vocalista Yuri Sabaoth


o Reunion Underground entrevistou o vocalista Yuri Sabaoth da banda de Death Metal de Brasília FLESHPYRE que lançou no início do ano de 2018 o poderoso debut album UNBURYING THE HORSES OF WAR... confiram nesse bate papo um pouco da história da banda e tudo sobre o disco de estreia. stay brutal!!!







1-      Yuri conte-nos como foi formada a banda Fleshpyre.


Então, o Daniel Moscardini (batera) e o Diego Lima (Guitarra) já se conheciam e cada um teve uma série de bandas e participações em várias outras no circuito do Metal aqui no DF. Ambos tem um trabalho muito sólido e tavam com essa ideia em comum. O Diego já veterano com uma série de riffs fodas e criativos pro que a gente costuma ouvir aqui no DF, e o Moscardini já consolidado como um ótimo baterista daqui, inclusive como endorser de uma série de marcas e professor na sua própria escola de bateria. Foi desses circuitos e dos contatos entre eles que surgiu a ideia de criar um projeto de metal extremo, mais especificamente de Death Metal, investindo bastante em técnica e sem esquecer as melodias, pra não ser aquela coisa batida, e se botando também sempre à prova pra novos desafios, claro. Eles ficaram fechados em estúdio compondo durante algum tempo. Isso entre 2014 e 2015. Mais de ano mesmo, só em estúdio. Nisso, passaram pela banda ainda nessa fase fechada alguns vocalistas, mas acabaram saindo antes mesmo terminar. O Josivan Ribeiro (baixo) começou a tocar na outra banda de Death Metal do Moscardini, a Coral de Espíritos, e trabalhar junto. Ele teve sua competência reconhecida, e viram que ele era o cara pra levar o baixo nesse novo projeto, pela sua técnica e compromisso, e então se uniu à proposta.  Depois da saída do último vocal, eles buscaram alguém que pudesse assumir os guturais dessas composições que tinham muita influência de Death. Meu contato com a banda já havia surgido um tempo atrás, pois eu acompanhei de perto alguns ensaios, e o Josi era (e ainda é) também meu parceiro em outro projeto de Metal daqui, a DOI-CODI. Ele já me conhecendo desse tempo todo, e os caras também, aos poucos, me chamaram pra fazer uns ensaios, experimentar uns sons, compor umas letras e acabaram curtindo. Tô agora com eles nisso, sempre com esse reforço mútuo e contribuição crescente entre todos.





2-      Gostaria de saber sobre a concepção do maravilhoso álbum Unburying the Horses of War... Capa, letras...


Nosso principal tema e motivação de clima e letras para esse disco é a brutalidade, o ódio e miséria humanas.  É um disco pessimista do começo ao fim. Dos riffs à ideia central, que é essa questão com o título, também: “Desenterrando os Cavalos de Guerra” - o que também se relaciona com ser nosso primeiro material, um começo.
Na capa o plano era traduzir isso. O Diego já conhecia o trabalho do Zakuro Aoyama, um artista brasileiro, daqui mesmo do DF, e já mandou pra gente o portfólio do cara. A gente entrou em contato e começamos com a concepção. Falamos pra ele o nome, o tema, pensamos numa configuração pra capa, mais ou menos o que a gente queria ver. Daí saiu esse material foda. O cara mandou muito. Acreditamos que tá muito bem representativo do nosso trabalho.
Nas letras a gente tenta reproduzir tudo isso que já te falei. Mas a tônica geral é traduzir esse pessimismo que disse ser o foco da banda. O ódio contido e incontido, isolamento, prazer egoísta e hedonista, autoridade e poder. Tudo faz parte da obra. Em termos instrumentais, eu fico muito satisfeito também de participar desse trabalho. Os caras investiram muito tempo e suor pra fazer essa coisa variada. Os tempos são bem trabalhados e as viradas de bateria do Moscardini são animais. O baixo marca definitivamente sua presença, e acho que tá sempre em sintonia com a guitarra, ambos na variação entre as dissonâncias e os momentos mais melodiosos.


3-      Conte-nos a respeito das influências musicais da banda

São variadas, mas no geral a gente ouve muito Death. Absolutamente, é a banda que representa a maior referência em comum pros quatro membros. Além disso tem muito Behemoth no meio, Dream Theater e Slayer. Isso é o que tá mais próximo dos membros, no que a gente traz pro som, creio. Mas cada um ouve uma infinidade de coisas que são menos aparentes no disco, e tem outras influências mais distantes de Doom e Black Metal, também.






4-      Paralelamente à  Fleshpyre você desenvolve atividades em outras bandas de Brasília. Gostaria de saber um pouco sobre essas bandas.

Atualmente tô com a Fleshpyre  e a DOI-CODI. No caso a proposta dessa outra é diferente. É mais política, principalmente de crítica, e tem muita ligação com hardcore. Até circulamos em ambientes um pouco diferentes, apesar de às vezes se encontrarem. Sou historiador e essa formação eu exponho mais nesse outro projeto, até porque meu foco de estudo e pesquisa é a Ditadura Militar.


5-      Como anda o cenário underground do DF atualmente?


Tá bem misto. Aqui rola muito HardCore, Thrash e Death, que tão na maioria dos eventos. Sei de outras bandas de Doom e Blackgaze que tão rolando, mas é mais difícil ter esses eventos. As coisas aqui rolam mais no independente, então muitas vezes é galera de banda fazendo seus próprios eventos, e tem uns pontos que já tão consolidados há alguns anos por aqui. Rola muita coisa no Círculo Operário do Cruzeiro, que é onde o Felipe CDC (do Terror Revolucionário, Caligo, etc) faz bastante evento. Inclusive é importante citar ele, porque é um dos grandes impulsionadores da cena aqui. Tem bastante coisa no PSul, também, e na Samambaia.  Acredito que não seja a mesma coisa que a gente ouve dos anos 80, 90, mas ainda sobrevive. Não sei se os anos 201x são os mais fervilhantes em termos de Metal – e isso pelo país todo – mas tenho certeza de que ainda tem muita banda boa nascendo e muita variedade de som, e isso é muito bom. Também rola muita mistura e não tem muitos espaços segregados em termos de som aqui. Galera de rolés diferentes se cruza e divide espaços direto.







6-      Agradeço a entrevista e deixo o espaço aberto para suas considerações.


Quero deixar de mensagem aqui aquele toque pra galera apoiar o autoral e independente. Não só a Fleshpyre, mas tudo que é banda local. Vá descobrir o que tão criando. Ninguém é obrigado a gostar de tudo, mas acho que deve existir um compromisso de pelo menos descobrir. E se tiver algo bom no meio, que te agrade, que dê força, porque não é fácil. Vá nos rolés de esquina, na praça, no bar, na casa de shows. Tudo que é bom começa de algum lugar, também. E é isso aí, temos banda pra caramba, mas o espaço pro Metal me parece que fecha todo dia. Quem cria o espaço é a galera que acompanha o rolé com as bandas e aqueles que ouvem também. É isso. Que o que a gente gosta ainda sobreviva muito tempo! Underground resistindo.